top of page

Feedback Não É Para Todos!


Que o feedback é uma ferramenta poderosíssima quando o assunto é liderança e trabalho em equipe, acredito que ninguém discute. Inclusive, há perfis de profissionais que “se alimentam” de feedback, utilizando como balizamento das suas ações o retorno que recebem sobre seu desempenho no trabalho.


Pensando nisso, aquela máxima que diz “o elogio deve ser dado em público e deve-se repreender no particular” faz mesmo sentido? Quero expor aqui minhas razões que me levam a não acreditar nela. Bem, pelo menos não como uma regra.


Acho, sim, que essa máxima se enquadra em muitos casos, mas em muitos outros não. E qual seria, na minha visão, o determinante: a maturidade dos membros da equipe. Se sua equipe é madura, essa máxima é válida. Se é imatura, absolutamente não!


Para entendermos, primeiramente é importante definir o que chamo de maturidade da equipe. Neste caso, o termo nada tem a ver com a idade cronológica dos indivíduos, pouco importando se encontram-se na casa dos 30, 40 ou mesmo 60 anos de idade. A maturidade a que me refiro está ligada à capacidade do indivíduo em entender com clareza as diversas variáveis de um ambiente corporativo, lidando com elas e as absorvendo de maneira que favoreça e promova o trabalho em equipe. Trata-se, então, de uma maturidade profissional.


Esse raciocínio facilmente nos induz a pensar que quanto mais velho (cronologia) o indivíduo for, mais maduro profissionalmente ele está. Deveria ser assim, mas sabemos que não é.


Vejamos: quantos profissionais em idade mais avançada, você já não presenciou “fazendo hora” no trabalho quando o chefe está fora e, quando este retorna ao ambiente, voltar a seus afazeres? (não parece uma criança que precisa ser vigiada?) Ou quando, por ser mais velho, não compartilha conhecimento com os mais novos por entender que deu um duro danado para conseguir chegar aonde está e, por essa razão, não entregará isso de mão beijada a qualquer "zé mané".


Falta-lhe visões sistêmica e holística! Ou ainda, promove panelinhas dentro de seu ambiente de trabalho, achando que a vida no trabalho é e sempre foi assim (em bando andam os adolescentes). Você considera isso comportamentos de alguém maduro profissionalmente?


Antes de prosseguirmos é importante ressaltar que esses comportamentos são observados em profissionais de todas as idades, mais velhos e mais novos. O que pretendo é apenas evidenciar que tais comportamentos são fundamentalmente praticados por indivíduos que ainda não alcançaram sua plena maturidade profissional, não importando a idade que estejam vivendo.


Se sua equipe está recheada de indivíduos profissionalmente imaturos e você decide seguir a máxima “o elogio deve ser dado em público” para aplicar um feedback, tudo o que terá como retorno é um grupo de pessoas insatisfeitas, desmotivadas e, talvez até revoltadas.


Experimente você elogiar, na frente de alguns profissionais imaturos, um membro da sua equipe por ter atingido uma meta extraordinária, e se surpreenda com o que irá se deparar.


Pensando estar agindo de maneira correta, mas desconsiderando a maturidade da sua equipe, muito provavelmente você irá promover pensamentos e atitudes como: “Nossa, mês passado eu também alcancei a meta e não achei que fui tão reconhecido assim”; “Claro que ele está elogiando essa pessoa, porque ela é uma baita puxa-saco”; “Se não me elogiar quando eu superar a meta eu vou fazer um escândalo”.


Ou seja, por falta de capacidade de compreensão do contexto e suas variáveis, o elogio feito em público, que tinha o intuito de servir como ferramenta motivadora e impulsionadora, neste caso, virou dor de cabeça.


E vou além: dependendo do grau de imaturidade de sua equipe, é preciso, antes de tudo, prepará-la para a implantação de um programa de feedback. Feedbacks de melhoria são perigosíssimos em equipes imaturas, pois o indivíduo pode distorcê-los e pensar que se trata de algo com cunho pessoal. Se não há maturidade na equipe, a máxima “deve-se repreender no particular” muito provavelmente também não irá funcionar.


Portanto, para um programa realmente eficaz de feedback é essencial identificar qual estágio de maturidade profissional a equipe se encontra.


Equipes maduras profissionalmente reagem muito bem a programas de feedbacks. As imaturas nem tanto.





Escrito Por Henrique Lopes

Especialista em Treinamentos Corporativos e Desenvolvimento Humano

Instagram: luiz_henrique_lopes

Linkedin: Henrique Lopes


Comments


bottom of page